maio 30, 2009

Do amor universal


"A expressão comum é 'Eu amo você'. Mas, em vez de 'Eu amo você', seria melhor dizer 'Eu sou amor - eu sou a corporificação do puro amor'. Retirem o eu e o você, e vocês descobrirão que há apenas um amor. É como se o amor estivesse aprisionado entre o eu e o você. Retirem o eu e o você, pois eles são irreais; eles são muros auto-impostos que não existem. O abismo entre o eu e o você é o ego. Quando o ego é retirado, a distância desaparece, e o eu e o você também desaparecem. Eles mergem para se tornar um - e isso é o amor. Você confere ao eu e ao você a realidade deles. Removam esse suporte e eles desaparecerão. Então se perceberá não o 'Eu amo você', mas o 'Eu sou esse amor que envolve tudo'." (Amma)

~ Tradução minha de trecho visto AQUI. ~

maio 27, 2009

Origem dos nomes dos meses

O ano romano no calendário de Rômulo começava em março. Março é uma homenagem a Marte, deus da guerra. Em seguida vinha Abril, relacionado a Apros/Afros, de Afrodite, nome grego de Vênus. Maio seria em homenagem a Maia (amada por Júpiter e mãe de Mercúrio) e Junho homenageia Juno (Hera, para os gregos). Depois vinham os meses Quintilis, Sextilis, Setembro, Outubro, Novembro e Dezembro.

Numa Pompílio quis igualar o calendário romano com o dos gregos e fenícios e reformulou-o, instituindo Janeiro (em homenagem ao deus Janus) e Fevereiro (Februarius), que vem do latim februus, adjetivo que significa "o que purifica, purificador". No mês de fevereiro, realizavam-se cerimônias de purificação, como sacrifícios expiatórios e os ritos de purificação chamados "lupercálias". Os meses Quintilis e Sextilis foram rebatizados homenageando os dois primeiros dos doze césares: Julho (Júlio César) e Agosto (Augusto). Por isso as festas de junho são juninas e as de julho são julianas (e não 'julinas' ou 'julhinas'). Para não dar mais importância a um dos dois césares, julho e agosto têm o mesmo número de dias. É por conta desse ajuste que se teve que tirar dois dias de fevereiro e, a cada quatro anos, lhe devolver um.

Abril

A relação de aprilis com aperire (abrir) surgiu posteriormente, na vigência do calendário de Numa Pompílio, por ser abril o mês da primavera, em que "todas as coisas se abrem". Originalmente, Abril vem de Aprilis, nome de um dos espíritos que seguiam o carro de Marte, deus da guerra, que deu nome ao mês de março. Portanto, Abril não se relaciona com o latino aperire, mas com o grego Apros ou Afros, designativo de Afrodite, nome grego da deusa Vênus, ou com o sânscrito áparah, que significa "posterior", aparentado com o gótico afar ou aftra, que significa "depois" (será que vem daí o inglês after?), pois abril era o segundo mês do ano no calendário de Rômulo (daí os nomes setembro, outubro, novembro e dezembro para os meses sete, oito, nove e dez).

Lupercálias

As lupercálias eram festas em homenagem a Pã, realizadas no dia 15 de fevereiro, em que jovens saíam nus da gruta Lupercália flagelando os transeuntes com um cinto de pele de cabra chamado também lupercal , considerado capaz de eliminar a esterilidade e provocar partos felizes. O nome "Luperca" designa a loba que amamentou os gêmeos Rômulo e Remo na gruta chamada Lupercal. Na realidade, "lupus", lobo, em latim, primitivamente, não tinha feminino. A loba-animal era "lupus femina". "Lupa" designava a cortesã, daí o nome "lupanar" para designar o prostíbulo. A "lupa" que amamentou os gêmeos era, na verdade, uma cortesã chamada Aca Laurentia ou Laurentina. Os sacerdotes romanos é que "purificaram" (¬¬) a origem de Roma, atribuindo à loba-animal a amamentação dos gêmeos que fundaram a cidade.

Lupercal

Lupercus se teria originado da justaposição de lupus (lobo) com hircus (bode), mas, como era outro nome de Pã, deus dos pastores e dos rebanhos, presume-se que lupercus signifique também "o que afasta o lobo".

~ Adaptado da Revista 'Língua Portuguesa'. ~

maio 25, 2009

'Tribalista Pagão', rsrsrs!

-{Allan}-{Elfo}- diz:
eu sou de todo mundo e todo mundo é meu também!
-{Allan}-{Elfo}- diz:
falo com todos os panteões
Aleξandra diz:
rsrsrs entao vc é um 'tribalista pagão'
Aleξandra diz:

vou fazer uma paródia disso
Aleξandra diz:
kakaka
-{Allan}-{Elfo}- diz:
huhauahuahu


Paródia by Álex - 'Já sei cultuar'
(Tribalistas - 'Já sei namorar')

Já sei cultuar
Já sei fazer oferta
Agora só me resta libar
Já jogo tarô
Já sei de astrologia
Agora só me falta o tambor

Não tenho paciência para um panteão
Eu não sou exclusivo de um povo não
Eu sou de ninguém
Eu sou de todo mundo
E todo mundo me quer bem
Eu sou de ninguém
Eu sou de todo mundo
E todo mundo é meu também

Já sei entoar
Já sei abrir o círculo
Agora só me falta dançar
No meu ritual
Se você é linha reta
Eu sou mais um espiral

Não tenho paciência para um panteão
Eu não sou exclusivo de um povo não
Eu sou de ninguém
Eu sou de todo mundo
E todo mundo me quer bem
Eu sou de ninguém
Eu sou de todo mundo
E todo mundo é meu também

Tô te querendo como ninguém
Tô te querendo com o deus que vier
Tô te querendo como eu te quero
Tô te querendo como se quer...



( original aqui: http://www.youtube.com/watch?v=smwj7ISnwXM )
Se alguém tiver o karaokê, manda que a gente grava a letra da paródia em cima, rsrsrs!

maio 22, 2009

complementando o post anterior

As únicas duas coisas que o Reconstrucionismo Helênico não pretende...
Como estamos interessados na precisão história, os ritos públicos dos helênicos não incluem:
# Nenhuma das interpretações de filosofias herméticas e mágicas que emergiram durante a Renascença Européia (não as tradições por elas mesmas, mas suas interpretações da Renascença) e/ou seus modernos movimentos religiosos que desde então foram assim inspirados, tais como a Wicca, o neo-xamanismo etc.
# Ecletismo (como oposto ao histórico sincretismo; combinando o helenismo antigo com outras tradições culturais que não foram combinadas historicamente).

[daqui]
Trocando seis por meia dúzia:
* As tradições são boas, mas algumas interpretações baseadas em conveniência nem sempre são.
* Sincretismo (histórico) é uma coisa, ecletismo (combinando coisas sem um fundamento) é outra.

maio 04, 2009

Fazendo um balanço

O que mais gosto no reconstrucionismo:
- tratar os deuses como indivíduos reais (com preferências e coisas que os ofendem e com os quais você desenvolve um relacionamento de consideração mútua), não como meros arquétipos ou entidades encantadas;
- que se assemelha mais a uma maneira de abordar a religião (com um método tradicional, ou mesmo a uma comunidade de pessoas reunidas nessa abordagem) do que a uma religião;
- os rituais são simples, com velas, ofertas, preces, hinos, conhecimento da história das deidades, sem exigência de pompa e circunstância;
- os chamados "UPG" (Unverified Personal Gnosis - conhecimento pessoal não verificado) são possíveis, com os deuses nos revelando coisas antes desconhecidas;
- que os deuses esperam que pensemos sozinhos e busquemos a máxima de "conhecer a si mesmo" e não o seguir o que alguém nos diz;
- o fato de ele ter me dado o estudo que eu precisava para formar uma base sólida de princípios.

O que não gosto que pensem do reconstrucionismo:
- que é uma reencenação de uma sociedade que terminou e não uma fé viva;
- que se trata apenas de estudo e análise e filosofia e retórica, com pouca prática;
- que se interessa mais pela cultura do que pelos deuses;
- que imediatamente classifica os não-reconstrucionistas como ecléticos que desrespeitam as tradições e só compram livros do tipo 'new age' feliz e fofinho (o que não é verdade, cada pessoa é um caso);
- que somos obrigados a cultuar os Doze igualmente, o que seria praticamente impossível (como um nômade se conectaria profundamente com Héstia? e como às vezes parece que uma deidade está nos mandando não se meter com certos assuntos? e pra que serviriam então os patronos? e as identificações naturais que temos com um ou outro deus individualmente?), há uma diferença entre respeito e adoração - se você e uma deidade não se dão muito bem, tentar criar um relacionamento com ela através de adoração é até falta de respeito (ao Seu desejo já expresso);
- que não permite que você cultue outro panteão, uma vez que isso pode sim ser feito desde que separadamente, com "cada um no seu quadrado", o caso contrário (de misturá-los no mesmo rito ou abordá-los como sendo os mesmos deuses) é que é problemático;
- que romantizamos o passado como se fôssemos saudosos daquela época e rejeitássemos a atual (ora, nenhuma época ou povo foi ou será perfeito, já que sempre há seres humanos -imperfeitos- dentro dela).

O que me afasta um pouco do reconstrucionismo (mas nem por isso me leva pro ecletismo):
- quando minha sede de saber e de estudo me leva a alargar meu foco e conhecer outras coisas que não entram na prática helênica tradicional.

Contabilizando os mortos e feridos, concluo que:
- há mais coisas que NÃO me adapto dentro do ecletismo do que dentro do reconstrucionismo, e meus interesses não são do tipo de ficar entre essas duas coisas, mas sim de olhar fora e longe desse pedaço grego e ocidental de mundo, então fica mais fácil me manter reconstrucionista no helenismo e ter outras práticas fora dele (que não se imiscuam nem possam confundir alguém que me visse realizando um rito);
- meus interesses vêm e vão, como as tantas vertentes pelas quais já passei e pratiquei e ainda me seduzem, mas o que tem ficado e o que me guia são os preceitos gregos mesmo;
- sou uma pessoinha que (entre perdas e buscas) vive se (re)encontrando, rsrsrs.

maio 02, 2009

Triplamente Feliz

Estou lá eu em um museu de arte e cultura, onde fomos olhar coisas barrocas para a aula de literatura, e do nada encontro três estátuas grandonas (do tamanho de um adulto mais alto do que eu) de Ceres, Mercúrio e Minerva no jardim. O guia/monitor disse que elas originalmente estavam em uma fábrica antiga e as levaram para lá, mas nem ele soube explicar porque elas existiam. E ele só sabia que eram deuses, eu que tive que dizer para ele quais eram. Semana passada eu tinha feito papel de Vênus de "Os Lusíadas" na faculdade (aliás, teve uma menina de outro semestre que veio falar comigo muito admirada porque disse que viu uma própria deusa grega no palco), então hoje, quando meu amigo virou e disse "Olha você ali!" apontando para a estátua, eu disse "não, aquela é Minerva (Atena), não Vênus" e ele "não, mas não é por isso, é pelo rosto, é igualzinha você; se tirar o capacete, fica a sua cara", ao que eu respondi "ah, mas ela é minha patrona mesmo", ainda que ele não entendesse do que eu estava falando. Fiquei feliz com o comentário que confirma o que outras pessoas já tinham me dito, ainda mais vindo de alguém que não sabe da minha paixão pelos deuses. Ele desconhece, mas Eles não... ;D

O que disse a menina me deixou feliz, o que disse o colega me deixou feliz, e a notícia de que uma grande amiga está melhorando de saúde foi a terceira coisa feliz deste fim de semana. =))