Sexta-feira 23 foi meu aniversário. Logo, resolvi postar sobre os motivos de como nós (seres humanos) costumamos comemorar essa data.
A crença de que a fumaça era uma boa forma de fazer suas preces subirem aos céus e o aroma do incenso ou da comida ofertada ao fogo agradaria aos deuses pode ter dado origem à tradição de acender velas sobre o bolo de aniversário. Talvez daí também venha o ato de se fazer um pedido antes de soprá-las, afinal, a fumaça só surge quando as apagamos.
Apesar de o bolo com velas ser registrado como algo que surgiu na Alemanha do século XIII, nas festas infantis (kinderfeste), sua origem - como tudo, claro, rsrsrs - é da Grécia Antiga. O bolo em si foi evolução de um preparado de mel com pão que os devotos de Ártemis levavam para ela em Éfeso. O bolo era redondo como a lua (Ártemis é uma deusa lunar) e as velas simbolizavam o luar que ilumina a terra. Ártemis também é a deusa dos nascimentos, partos, crianças, então é natural que os bolos de aniversário sejam mais frequentes nas festas infantis.
Agora, sem ter lido nada parecido em lugar algum, eu arrisco dizer que a história de o aniversariante dar o primeiro pedaço a quem lhe é mais caro lembra-me demais Héstia, a quem os helenos ofertavam sempre o primeiro e o último de tudo o que comiam e bebiam, além de fazer libações ao Agathos Daimon (o Bom Espírito). Assim, a gente escolhe se perguntar quem seria o Bom Espírito (ou a boa alma) que merece uma homenagem nossa no corrente ano.
Portanto, de hoje em diante, quando vocês estiverem presentes em um aniversário, lembrem-se dos gregos, lembrem-se de Ártemis, lembrem-se de elevarem seus pensamentos e preces aos deuses na hora em que as velas se apagam, e não se esqueçam de dar a Héstia a sua devida porção. Quando assim fazemos, qualquer mínima refeição pode virar um belo de um Banquete...
