Se a campanha de blogagem coletiva pede para falar de beleza, vamos ao conceito dela naquilo que conheço de melhor: a cultura helênica. ;D Baseei-me na tradução que postei AQUI, mas fiz diferente e a trouxe para a nossa realidade. Des-frutem*!
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A beleza para os gregos tinha a ver com ordem, organização, estabilidade, daí a palavra para universo ("cosmos") ser a mesma que dá origem à ornamentação ("cosmético"). Tudo no universo era belo, por provir do divino; seja a beleza da natureza seja a do corpo humano. Era um mundo que Tales de Mileto descrevia como "cheio de deuses".
Quando o ser humano se afasta do divino, sofre, vive em um deserto vazio e solitário, um lugar... feio. As mulheres desse mundo materialista são vistas como objetos, classificadas como *frutas (vide mulher-melancia e suas sucessoras), e não mais como parte da beleza da criação. As pessoas começam a ser cotadas de acordo com sua fama e seu dinheiro, em vez de serem admiradas pelo que podem refletir do sagrado que lhes habita o coração. Não se valoriza mais a mente sagaz, a preocupação ambiental, a vontade de ser útil e prestativo, o relacionamento solidário com os outros seres humanos.
A beleza no helenismo corresponde à VERDADE, à refletir as coisas como elas realmente são, a uma autenticidade no que se mostra (e não com retoques de Photoshop, que nem existia), no relacionamento transparente que se apresenta com o que nos cerca. A beleza que não é superficial, que é acompanhada do trabalho sagrado (sacro-ofício, sacrifício) do mundano em prol do divino, essa sim é capaz de transformar a pessoa inteira (e não sua imagem ou fotografia), a qual passa a olhar para dentro, e refletir a beleza que ali encontra. Uma beleza representada a partir do olhar que se modifica - e "os olhos são espelho da alma e janela para o mundo". Quando conseguimos refletir esse belo, atraímo-los também, e passamos a encher de beleza tudo à nossa volta, todas as coisas tristes e sem sentido de antes passam a retribuir o 'olhar amoroso' que lhes damos.
É bem verdade que havia um cultivo do corpo, jogos olímpicos, atletas, espartanos e tudo o que já conhecemos da Grécia Antiga. Mas era também bem claro para eles que nada disso bastava se o interior fosse deixado de lado, se não se treinasse a mente e o espírito através da poesia, da música, da filosofia, da retórica etc. "Isso seria como oferecer a alguém um cálice dourado esculpido de ornamentos, mas cheio de água salobre e lama", disse uma vez Sannion, helenista dos EUA. Para os gregos, a harmonia, a justa medida (métron), tal como o 'caminho do meio' que ensinam os budistas, era fundamental. "Nada em excesso", dizia o oráculo de Delfos. Nem para mais nem para menos.
É essa harmonia que reflete o cosmo, a ordem natural. Sair dessa ordem, descontrolar seus desejos, pensar só em si, ser avarento e irritado, tudo isso eram coisas que pertubavam o espírito e desfiguravam o corpo. A arte mostrava isso, pois vemos que as figuras atormentadas eram retratadas como horrendas, ao lado de tantas estátuas gregas lindíssimas e de expressão serena, de bem com seu interior. Era uma espécie de elegância que tornava tudo bonito. O 'feio' era estar em agonia e em desesperança.
A beleza na religião helênica é um dos princípios mais essenciais, é uma CRENÇA ("acredite na beleza", como bem colocou a empresa moderna), é um RESPEITO ("ame o seu corpo", como diz esta campanha), é algo que torna a vida digna. Lembrando outra campanha, "imagem não é nada" quando há "sede" de deuses e de um sentido maior para a nossa existência.
Portanto, divulgue todos os dias, a começar por hoje mesmo, esse novo olhar que encontra o belo no exterior de si porque está cheio dele por dentro. Lembre-se que em várias mitologias a mesma deidade que representa o amor carrega a representação da beleza, e passe a amar-se e a amar o mundo e todas as suas criaturas. Com certeza o COSMO ficará mais belo assim.
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A beleza para os gregos tinha a ver com ordem, organização, estabilidade, daí a palavra para universo ("cosmos") ser a mesma que dá origem à ornamentação ("cosmético"). Tudo no universo era belo, por provir do divino; seja a beleza da natureza seja a do corpo humano. Era um mundo que Tales de Mileto descrevia como "cheio de deuses".
Quando o ser humano se afasta do divino, sofre, vive em um deserto vazio e solitário, um lugar... feio. As mulheres desse mundo materialista são vistas como objetos, classificadas como *frutas (vide mulher-melancia e suas sucessoras), e não mais como parte da beleza da criação. As pessoas começam a ser cotadas de acordo com sua fama e seu dinheiro, em vez de serem admiradas pelo que podem refletir do sagrado que lhes habita o coração. Não se valoriza mais a mente sagaz, a preocupação ambiental, a vontade de ser útil e prestativo, o relacionamento solidário com os outros seres humanos.
A beleza no helenismo corresponde à VERDADE, à refletir as coisas como elas realmente são, a uma autenticidade no que se mostra (e não com retoques de Photoshop, que nem existia), no relacionamento transparente que se apresenta com o que nos cerca. A beleza que não é superficial, que é acompanhada do trabalho sagrado (sacro-ofício, sacrifício) do mundano em prol do divino, essa sim é capaz de transformar a pessoa inteira (e não sua imagem ou fotografia), a qual passa a olhar para dentro, e refletir a beleza que ali encontra. Uma beleza representada a partir do olhar que se modifica - e "os olhos são espelho da alma e janela para o mundo". Quando conseguimos refletir esse belo, atraímo-los também, e passamos a encher de beleza tudo à nossa volta, todas as coisas tristes e sem sentido de antes passam a retribuir o 'olhar amoroso' que lhes damos.
É bem verdade que havia um cultivo do corpo, jogos olímpicos, atletas, espartanos e tudo o que já conhecemos da Grécia Antiga. Mas era também bem claro para eles que nada disso bastava se o interior fosse deixado de lado, se não se treinasse a mente e o espírito através da poesia, da música, da filosofia, da retórica etc. "Isso seria como oferecer a alguém um cálice dourado esculpido de ornamentos, mas cheio de água salobre e lama", disse uma vez Sannion, helenista dos EUA. Para os gregos, a harmonia, a justa medida (métron), tal como o 'caminho do meio' que ensinam os budistas, era fundamental. "Nada em excesso", dizia o oráculo de Delfos. Nem para mais nem para menos.
É essa harmonia que reflete o cosmo, a ordem natural. Sair dessa ordem, descontrolar seus desejos, pensar só em si, ser avarento e irritado, tudo isso eram coisas que pertubavam o espírito e desfiguravam o corpo. A arte mostrava isso, pois vemos que as figuras atormentadas eram retratadas como horrendas, ao lado de tantas estátuas gregas lindíssimas e de expressão serena, de bem com seu interior. Era uma espécie de elegância que tornava tudo bonito. O 'feio' era estar em agonia e em desesperança.
A beleza na religião helênica é um dos princípios mais essenciais, é uma CRENÇA ("acredite na beleza", como bem colocou a empresa moderna), é um RESPEITO ("ame o seu corpo", como diz esta campanha), é algo que torna a vida digna. Lembrando outra campanha, "imagem não é nada" quando há "sede" de deuses e de um sentido maior para a nossa existência.
Portanto, divulgue todos os dias, a começar por hoje mesmo, esse novo olhar que encontra o belo no exterior de si porque está cheio dele por dentro. Lembre-se que em várias mitologias a mesma deidade que representa o amor carrega a representação da beleza, e passe a amar-se e a amar o mundo e todas as suas criaturas. Com certeza o COSMO ficará mais belo assim.
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postei outro texto neste blog: http://encaixotadas.blogspot.com/2009/10/campanha-de-2110.html
ResponderExcluirTe li, e coloquei um link de vc no meu twitter pelo #lybd.
ResponderExcluirBjs
@souminha
Valeu, Zá! =)
ResponderExcluirAdoramos esta postagem!!!!!!!!
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